domingo, 22 de maio de 2011

Paixão não resolvida

Vou começar assim: Sou louca por gatos.
Como moro sozinha, em um espaço pequeno, e ainda por cima trabalho o dia inteiro e ainda viajo, ter um gato seria complicado. Mas minha paixão por eles está em toda parte, seja na minha conversa, seja na decoração da casa, seja nos acessórios com motivos felinos que encontro por aí e acabo comprando Além disso, os amigos que sabem da minha paixão acabam me presenteando com objetos onde os gatos são o tema. Eu adoro!
Claro que na infância tive gatos, três, para ser mais exata. Desde cedo descobri que os gatos, ao contrário dos cães, não se esforçam para nos agradar. Na verdade é o oposto que acontece. Independentes, donos de personalidades fortes, mas carinhosos e surpreendentes,  para os gatos nós é que somos propriedades deles. Longe de me aborrecer, esse aspecto da personalidade felina só me faz admirá-los ainda mais.  Sou daquele tipo que não pode ver um gato, principalmente se estou com uma câmara na mão. Afinal, pode haver maior encanto, maior elegância e charme num único modelo? Assim, nas minhas fotos de viagem sempre tem um gato. Gatos italianos, alemães, uruguaios, argentinos e mineiros fazem parte de meu acervo fotográfico.
Tem gente que quando entra numa casa onde há um gato, demonstra logo o desconforto. Eu não. Enquanto não coloco o dito cujo no colo , não sossego. Aí é um tal de psiuuiu pra lá, psiuuiu pra cá.... Um verdadeiro derramamento de paixão explícita. A hora de ir embora é um suplício, para mim, claro. Talvez para o gato seja um alívio, ver-se livre de tanta pegação. Já protagonizei cenas ridículas, pois existem gatos que não querem saber de estranhos. E aí lá vou eu, não importa com que traje esteja, suplicar, implorar por alguma atenção, mínima que seja, da tal imponente criatura.
Minha paixão pelos gatos me levou a ler sobre o tema. Descobri sites e blogs, além é claro, dos livros. Um verdadeiro deleite é Os Gatos, de Sonia Hirsh. Olha um trechinho aqui:

Dentro adoram, pode ser gaveta, armário, cesta, saco de compras e principalmente caixa de papelão; dentro redondo, então, é irresistível, mesmo que seja pirex ou embalagem de sushi
fora para tomar sol, paquerar passarinho, sentir o vento passar no nariz trazendo histórias nos cheiros
em cima dos guarda-roupas, das prateleiras de louça, da televisão com o rabo bem no meio da tela, do monitor do micro, dos livros ou do jornal que a gente está lendo: dormem e fazem charme
embaixo de cama, poltrona, sofá, colcha, tapete, para dar o bote quando a gente passa; e do lençol, quando a gente quer arrumar a cama
junto conosco na cozinha em qualquer circunstância
longe do aspirador, do liquidificador, de qualquer coisa que faça barulho e do veterinário, que também termina em dor
perto de parapeitos, beirais, janelas e outros lugares que deixam a gente de coração na mão
de papo pro ar, quando faz calor, patinhas largadas ao léu
na gente de noite, quando faz frio: por cima e por baixo das cobertas, no meio das pernas, no meio das costas, em cima da barriga, do lado do corpo, ninguém consegue mais se mexer: humanos cercados de gatos por todos os lados
tomando banho em grupo, todo mundo lambendo todo mundo, com muita saliva, muito som, as orelhinhas ficam encharcadas
no chuveiro vendo aquelas milhares de coisinhas brilhantes (1) se mexerem (2) fazendo barulho (3): três coisas que gato ama
no bidê bebendo água corrente com a língua a mil por hora
em cima da cristaleira paquerando a mesa do almoço, de barriguinha cheia e morrendo de sono, mas Quem sabe tem uma coisinha ali pra mim?
mordendo as perninhas traseiras da gata: o gato, quando quer que ela desocupe o lugar
correndo a mil pela casa, Tom e Jerry ao vivo e a cores, e ai dos vasos
comendo com os olhos os pombos que passeiam displicentemente debaixo do nariz deles pelo lado de fora da rede
caçando passarinhos no oitavo andar, vitória que só um gato muito contemplativo, calmo, concentrado e sortudo como Bigode consegue obter sem despencar lá embaixo
fascinados por baratas: uma delas rende duas horas e meia para três gatos. O jogo é uma espécie de futebol em que a bola está viva. Termina quando acabam as pernas. Da barata.

Bem, mas  voltando ao assunto, andei tendo umas idéias...

Uma colega de trabalho que tem,  não lembro mais se três ou quatro gatos, me falou de uma ONG que promove a defesa e a proteção dos animais. Todo o trabalho é voluntário: os membros da Diretoria e do Conselho Deliberativo, assim como os sócios que prestam serviços, não recebem qualquer remuneração. A ONG sobrevive graças aos recursos financeiros provenientes das doações de colaborações, das contribuições mensais ou anuais dos sócios e da venda de produtos (camisetas, bonés, adesivos) em feiras e eventos. A renda obtida é totalmente revertida para fins da entidade. Contam ainda com a valiosa e essencial colaboração/parceria de médicos veterinários. Essa ONG promove todos os finais de semana Feiras de Adoção, onde podemos ver cães e gatos esperando serem escolhidos por famílias amorosas que os acolham proporcionando todas as condições que os animais precisam para viverem saudáveis, seguros e felizes.
Estive numa dessas Feiras há uma semana. Confesso que foi muito difícil sair de lá sem um bichinho, ainda mais, em se tratando desses, cujas fotos ilustram esse post. Animais lindos, bem cuidados e só esperando uma chance de serem adotados.  Pois é, o coração apertou, ainda mais quando carreguei uma gatinha preta que cabia na palma de minha mão e ela se aconchegou no meu colo, fazendo aquele barulhinho gostoso que parecia um motor de popa de um barquinho.
Fiz minha doação (areia e ração) e dei meus dados me oferecendo como voluntária. Segundo as organizadoras me disseram, o simples fato de ir na Instituição dar carinho e atenção é uma grande ajuda. Quem sabe eu consiga ir lá aos sábados?
Quem gosta de animais pode ajudar de todas essas formas que citei acima. Toda ajuda é bem vinda! Para saber mais sobre a ONG é só acessar:

http://www.shb.org.br/


sábado, 7 de maio de 2011

Dona Amenaide




De vida são oitenta e dois,
de altura, um e meio.
De alegria, toneladas.
Confusões foram centenas.
O coração só perdoa.
O  pique eu não acompanho.
Se no papel ela é primária,
na vida é especialista.
As lições já foram tantas.
Ser sua filha é presente do céu.

Almoços de Domingo

  Feijão, arroz, galinha assada. Feijão, arroz, carne de porco assada. Aos domingos era ou um, ou outro. Sempre. Mesmo sendo uma família...