Trago comigo uma caixa. Ela permanece fechada, só de vez em quando a abro e lanço sobre aquele espaço alguma luz.
Sempre fui a confidente. As pessoas me escolhem para contar seus segredos e coisas de suas vidas. Ainda muito nova percebi a enorme responsabilidade que isso acarreta. Um segredo revelado pode dar problema, pode trazer dores, mágoas, lágrimas. Aí desenvolvi uma estratégia: ouvia e me programava para esquecer logo mais. Assim, nem corria o risco de ter vontade de revelar, nem ele, o segredo, se doloroso fosse, me doeria. Só que nem sempre funciona.
Tem segredo que te absorve, a pessoa vai embora e ele fica ali, girando, girando. Tem segredo que te ajuda a entender o mundo, as pessoas. Aquela coisa que “eu nunca faria” serve para me mostrar que as pessoas são diferentes, e nem sempre o que acho certo é certo para o outro. Os segredos que envolvem muitas pessoas nos mostram como funcionam os grupos, sua dinâmica e movimentos. Os segredos de amor nos fazem sonhar, trazendo a situação para a nossa vida. Tem segredo que te revolta, mas é necessário saber que além de inútil, a demonstração da revolta pode desviar o foco do conteúdo que está sendo contado. Geralmente quem conta um segredo busca um ouvido, um ombro e após a narrativa sai mais leve, relaxado.
Tem segredo que te absorve, a pessoa vai embora e ele fica ali, girando, girando. Tem segredo que te ajuda a entender o mundo, as pessoas. Aquela coisa que “eu nunca faria” serve para me mostrar que as pessoas são diferentes, e nem sempre o que acho certo é certo para o outro. Os segredos que envolvem muitas pessoas nos mostram como funcionam os grupos, sua dinâmica e movimentos. Os segredos de amor nos fazem sonhar, trazendo a situação para a nossa vida. Tem segredo que te revolta, mas é necessário saber que além de inútil, a demonstração da revolta pode desviar o foco do conteúdo que está sendo contado. Geralmente quem conta um segredo busca um ouvido, um ombro e após a narrativa sai mais leve, relaxado.
Prima próxima do segredo, a confidência não acarreta necessariamente um problema se revelada, apenas, o de mostrar que você não era dela merecedora. Gosto muito das confidências. Sou capaz de passar horas a fio calada, ouvindo, percebendo as mudanças na expressão da face e no tom de voz de pessoa que me entrega em confiança pedaços de sua vida. E essas narrativas acontecem nos locais mais diversos: são motoristas de taxi que contam suas dores familiares, é uma manicure que me revela um segredo conjugal, pessoas que conheço e em pouco tempo me entregam preciosidades, histórias mais bonitas que a ficção. Cada vez mais me convenço que a vida real é mesmo a melhor de todas as histórias.
Olá Vania, boa tarde.
ResponderExcluirGostaria de enviar um convite/informativo do edital Rumos Literatura do Itaú Cultural.
Trata-se de um programa de incentivo a produção e crítica literária para brasileiros e estrangeiros, inteiramente gratuito, que está com o período de inscrições em aberto.
Para tanto, peço que me passe um e-mail de contato através do renato@comunicacaodirigida.com.br.
Obrigado.
Renato Pedreira
Itaú Cultural - Comunicação Dirigida
E-mail: renato@comunicacaodirigida.com.br
Tel: 11 3881-1710
Oi, Vânia!
ResponderExcluirSegredos e confidências... nunca havia pensado neles deste modo! E que tom mais doce e encantador você conduziu esta reflexão... esteja certa que ela ecoará por muito tempo dentro de mim.
Ao começar a leitura deste post, fui logo pensando na Emília e sua canastrinha, mas que diferente! E que similar! Pequenos tesouros, relíquias guardadas com carinho e cuidado, mas posturas diversas. Emília contestadora e num falatório só, e você nos chamando a responsabilidade de quem ouve, de quem ajuda parte da dor e do peso se dissipar. Ocorre-me um texto sobre a parte mais importante do corpo, depois lhe enviarei se quiser.
Finalizo o comentário, pensando no meu herói de quadrinhos favorito, o homem aranha: "Grandes poderes trazem grandes responsabilidades!" e o que não são os segredos senão algumas fragilidades que nos são entregues pela necessidade de torná-los menos pesados?
Beijos e obrigada pelo carinho em ser quem és, como és!